quarta-feira, 18 de abril de 2018

(Continuação 15)


Casinha dos Vinhos ou Casa do Despacho dos Vinhos e almotacéis do Porto


A Casinha dos Vinhos situava-se junto do Muro da Ribeira.


Muro da Ribeira no Porto em 1809 – Fonte: Revista Ilustração Portuguesa


“Em 25 de maio de 1632, Álvaro Pires de Távora comprou ao Senado da Câmara do Porto, 80 mil réis de juro assentes na Casinha dos Vinhos, os quais vinculou ao seu morgado. Estes juros, assentes na Casinha dos Vinhos, foram vendidos com autorização real para ajuda de socorro aos Estados da Índia e Brasil.
Em 15 de março de 1672, a abadessa do Convento de Santa Clara, Dona Brites Baptista comprou 40 mil réis de juros, assentes na Casinha dos Vinhos, à filha de Álvaro Pires de Távora que, entretanto, os tinha desvinculado do morgado por troca com outros, podendo, a partir dessa altura, as religiosas cobrarem o dito juro.
As freiras da Santa Clara aplicaram os 40 mil réis na festa da Nossa Senhora das Neves, em missas de sua confraria e obras pias, bem como na festa do Espírito Santo e Senhora dos Paços, no Santíssimo Sacramento e para azeite de sua capela.
Como esta propriedade vai parar às mãos do Morgado da Aveleda, não conseguimos, através do documentos, entender, pensamos que teria vindo junto com a herança de Brás de Abreu Aranha e Araújo, uma vez que este possuía vários bens no Porto.
Cf. ARQUIVO MUNICIPAL DE PENAFIEL – Inventário do acervo documental do Morgado da Aveleda. Penafiel: Câmara Municipal de Penafiel, 2011, p.766; Fonte: “amigosarquivopenafiel.blogspot.pt”


Brás de Abreu Aranha e Araújo era um dos filhos de Brás de Abreu Guimarães que, entre muitos outros cargos que desempenhou, foi deputado da Junta da Companhia Geral do Alto Douro, bem como procurador de El-Rei para administrar e arrecadar as rendas da cidade do Porto, em 1768.
Foi também comerciante, tendo emprestado muito dinheiro a juros.
Julga-se que, Brás de Abreu Aranha e Araújo deve ter sido o filho que teria sucedido a seu pai nos negócios e, é também sabido, que a irmã dele, Joana Felizarda Delfina de Abreu Aranha e Araújo foi casada com o 4º Morgado de Aveleda.
O certo é que os senhores de Aveleda, seja fruto de um negócio, por herança, ou outra forma, acabaram por ficar com a propriedade da Casinha do Despacho dos Vinhos.

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